Powered By Blogger

terça-feira, 8 de novembro de 2011


Estamos num tempo onde a humanidade clama por transparência, ética, coerência... Não queremos meias verdades, ações escusas, lobos em peles de ovelhas! Está eclodindo diante de nós um tempo novo: uma ética planetária, busca de relações mais profundas e respeitosas. É tempo oportuno de encarar a vida de frente, de estender as mãos e praticar a solidariedade...

Acredito nas pessoas, acredito na capacidade humana de se superar, de ir além das aparências, de estabelecer novos vínculos fraternos. Creio no nascimento de uma nova humanidade, onde a ética reinará e caminharemos mais unidos, mais irmãos. Creio no Reino de Deus que é vida, esperança e alegria. Creio em Deus que age em cada pessoa e faz de nós pessoas mais evoluídos e amorosas... Por isso creio em ti e no amor que está em ti!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mateus 18,21-35: Perdoar


Então, Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Por isso, o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens, a fim de pagar a dívida. O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo: ’Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’ Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: ’Paga o que me deves!’ O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando: ’Concede-me um prazo que eu te pagarei.’ Mas ele não concordou e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto lhe devia. Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor. O senhor mandou-o, então, chamar e disse-lhe: ’Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste; não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?’ E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.» (Mateus 18,21-35)

Mateus 18 reúne alguns ditos de Jesus que dizem respeito à vida comum dos seus discípulos. O último terço do capítulo tem que ver com o perdão. Sem perdão, não há vida comunitária, não há Igreja.

Pedro é aquele que faz a pergunta. Está consciente de que, mesmo entre os discípulos, surgirão desentendimentos, tensões, palavras ou actos que ferem. Ele viveu tempo suficiente com Jesus para perceber que o perdão é a única forma de nos libertarmos das paralisações causadas pelo pecado. É por isso que ele não pergunta se deve ou não perdoar, mas sim até aonde deve ir. Oferecendo-se para perdoar sete vezes, pensa, sem dúvida, que está a fazer muito. E ele está certo: perdoar o mesmo erro sete vezes é muito.

Pedro e os outros discípulos devem ter ficado surpreendidos com a resposta de Jesus. «Não sete vezes, mas setenta vezes sete». Por outras palavras, sem limites, sem contar. O número setenta vezes sete talvez seja uma a alusão a Lamec, descendente de Caim, que foi castigado setenta vezes sete vezes por ter errado, ou seja, desproporcionalmente. (Génesis 4,23-24).

Jesus rejeita a questão de Pedro sobre os limites do perdão e conta uma parábola que enfatiza duas coisas. Por um lado, o perdão é ilimitado. Por outro, este é um todo inquebrável; é impossível separar o perdão de Deus daquele que mostramos uns aos outros.

Na parábola, claro que o rei não representa Deus. Deus não tenciona vender os seus servidores como escravos, nem os manda para a prisão para os torturar. Na parábola, devemos tomar atenção às coisas inesperadas que são significativas, aos detalhes surpreendentes.

A dívida que é perdoada é de «dez mil talentos». Isso é o equivalente ao salário anual de cerca de cento e cinquenta mil trabalhadores, uma soma que hoje representaria biliões de euros ou dólares! Parece-nos inconcebível que um rei se deixasse comover pela súplica do seu servo para perdoar tamanha quantia, sem pedir satisfações. É um exagero; um rei que atua desta forma não é racional, mas age de acordo com as fantasias do seu coração. Jesus faz-nos compreender que o perdão de Deus não é racional, mas sim inacreditável, desafiando, assim, o senso comum e ultrapassando todo o calculismo.

A recusa do servo em conceder um prazo mais alargado ao seu companheiro, que lhe devia a pequena quantia de cem denários, ou seja, apenas o salário de cerca de quatro meses de um trabalhador, é igualmente surpreendente e escandalosa. Os outros companheiros têm o direito de se sentir entristecidos, assim como o rei de ficar zangado. A falta de consideração do servo toca o cinismo. Como é que ele pode reclamar os seus direitos se ele próprio deve tudo ao ato de misericórdia do rei?

Com esta parábola, Jesus mostra-nos um espelho de cada vez que pensamos que temos de limitar o nosso perdão. «Não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?» Esta pergunta do rei é, também, a pergunta que Cristo nos faz. Limitar o perdão não faz sentido para alguém que conheceu o perdão desmedido de Deus.

Claro que o perdão de Deus vem primeiro. Não é condicionado pelo nosso. Mas, visto que o perdão é um todo indivisível, é impossível viver no perdão de Deus sem «perdoar ao seu irmão do íntimo do coração».

sexta-feira, 22 de abril de 2011

OS CINCO “DEFEITOS” DE JESUS




Cardeal François-Xavier Nguyên Van Thuân


PRIMEIRO DEFEITO: JESUS NÃO TEM MEMÓRIA:
No calvário, no auge da indescritível agonia, Jesus ouve a voz do ladrão à sua direita: “Jesus, lembra-te de mim quando estiveres em teu reino” (Lc 23,43). Se fosse eu, teria respondido: “Não vou esquecê-lo, mas seus crimes devem ser pagos por longos anos no purgatório”. No entanto, Jesus respondeu-lhe: “...hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43). Jesus esqueceu todos os crimes desse homem.Semelhante atitude Jesus teve com a pecadora que banhou os seus pés com perfume... Não faz nenhuma pergunta sobre seu escandaloso passado. Simplesmente diz: “Seus inúmeros pecados estão perdoados, porque muito amor demonstrou” (Lc 7,47)...A memória de Jesus não é igual à minha...
SEGUNDO DEFEITO: JESUS NÃO “SABE” MATEMÁTICA:
Se Jesus tivesse se submetido a um exame de matemática, por certo teria sido reprovado... “Um pastor tinha 100 ovelhas. Uma se extravia. Ele, imediatamente, deixa as 99 no redil e vai em busca da desgarrada. Reencontra-a, coloca-a no ombro e volta feliz” (cf. Lc 15,4-7).Para Jesus, uma pessoa tem o mesmo valor de noventa e nove e, talvez, até mais. Quem aceita tal procedimento? Sua misericórdia se estende de geração em geração...
TERCEIRO DEFEITO: JESUS DESCONHECE A LÓGICA:
Uma mulher possuía 10 dracmas. Perdeu uma. Acende a lâmpada; varre a casa... procura até encontrá-la. Quando a encontra convida suas amigas para partilhar sua alegria pelo reencontro da dracma... (Lc 15,8-10)... de fato, não tem lógica fazer festa por uma dracma... O coração tem motivações que a razão desconhece... Jesus deu uma pista: “Eu vos digo que haverá mais alegria diante dos anjos de Deus por um só pecador que se converte...” (Lc 15,10).
QUARTO DEFEITO: JESUS É AVENTUREIRO
Executivos, pessoas encarregadas do “marketing das empresas”, levam em suas pastas projetos, planos cuidadosamente elaborados... Em todas as instituições, organizações civis ou religiosas não faltam programas prioritários; objetivos, estratégias...Nada semelhante acontece com Jesus. Humanamente analisando, seu projeto está destinado ao fracasso.Aos apóstolos, que deixaram tudo para segui-lo, não garante sustento material, casa para morar, somente partilhar do seu estilo de vida. A um desejoso de unir-se aos seus, responde: “As raposas têm tocas e as aves do céu ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8,20)...Os doze confiaram neste aventureiro. Milhões e milhões de outros igualmente. Já vão lá mais de dois mil anos e a incalculável multidão de seguidores continua a peregrinar. Galerias enormes de santos e santas, bem-aventurados, heróis e heroínas da aventura. No Universo inteiro esta abençoada romaria continua... Vai que este aventureiro tem razão...? Neste caso, a mais fantástica viagem na “contramão” da história será a verdadeira...! “A quem iremos?”...
QUINTO DEFEITO: JESUS NÃO ENTENDE DE FINANÇAS NEM ECONOMIA: Se Jesus fosse o administrador da empresa, da comunidade, a falência seria uma questão de dias. Como entender um administrador que paga o mesmo salário a quem inicia o trabalho cedo e a outro que só trabalha uma hora? Um descuido? Jesus errou a conta? ... Por que Jesus tem esses defeitos? Porque é o Deus da Misericórdia e Amor Encarnado. Deus Amor (cf. 1Jo 4,16). Portanto, não um amor racional, calculista, que condiciona, recorda ofensas recebidas. Mas um amor doação, serviço, misericórdia, perdão, compreensão, acolhida... Em que medida? Infinita.Os defeitos de Jesus são o caminho da felicidade. Por isso, damos graças a Deus. Para alegria e esperança da humanidade, esses defeitos são incorrigíveis.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O In-comparavel!


"Deus nunca será propriamente um objecto de inteligência, porque nada há na mente que não haja previamente passado pelos sentidos. Como não pode ser objecto direto de inteligência, o Senhor é, em compensação, objecto de fé. Só na fé Ele pode «ser entendido» cabalmente. (...)

Deus «entende-se» de joelhos: assumindo-O, acolhendo-O, vivendo-O. (...)
O difícil e necessário é deixar-se conquistar por Ele. (...)
O verdadeiro crente entrega-se na escuridão e só então começa a entender o mistério e nasce a certeza.


Deus é completamente diferente das nossas ideias, conceitos e preconceitos, representações e imagens. Diz Santo Agostinho:

«Julgas saber o que é Deus? Julgas saber quem é Deus? Não é nada do que imaginas, nada do que o teu pensamento abarca.
Ó Deus que estás acima de todo o nome, acima de todo o pensamento, para além de qualquer ideal e de qualquer valor, ó Deus vivo.»


O Senhor é muito maior, muito mais admirável e magnífico que tudo o que possamos conceber, sonhar, desejar, imaginar. Realmente Ele é o In-comparável.

Deus só se assume na fé. Mais do que objeto de inteligência, é objeto de contemplação.


Na noite profunda da fé, quando a alma, como terra cega e sedenta se abre docilmente à acção divina e acolhe o Mistério Infinito como chuva mansa que cai e inunda e fecunda..., só assim, entregues, receptivos, começaremos a «entender» o Ininteligível.»

Fonte: Frei Ignacio Larrañaga, em "Mostra-me o Teu Rosto"

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A FELICIDADE


"A felicidade só pode existir enquanto a vida flui. Você pode por na minha frente dinheiro, poder e coisas, mas a felicidade é... Dar vida. O mistério dos seres vivos é que dão vida (durante gerações, cada espécie da vida a outra). A felicidade é dar e receber vida e isso é também relação. Creio que a felicidade eterna será o mesmo. A vida em contínuo movimento. A felicidade não está só nos conhecimentos, está em uma vida que flui. A beleza aqui, celebrando a vida juntos."(Jean Vanier)

domingo, 3 de abril de 2011

Segunda Carta de São Clemente aos Coríntios


TRECHO:SEGUNDO CLEMENTEA GRANDEZA DOS BENEFÍCIOS DE CRISTOI.


Devemos ter boa consideração por CristoIrmãos: deveríamos pensar em Jesus Cristo como Deus e Juiz dos vivos e dos mortos. Não deveríamos, ao contrário, pensar em coisas medíocres sobre a salvação pois, quando pensamos em coisas medíocres, esperamos também receber coisas medíocres. Os que escutam que estas coisas são medíocres fazem mal; e nós também fazemos mal não sabendo de onde e por quem e para onde somos chamados, e quantas coisas tem sofrido Jesus Cristo por nossa causa.Que recompensa, pois, Lhe daremos? Ou qual fruto de Seu dom poderá nos ser dado? E quanta misericórdia Lhe devemos! Eis que Ele nos concedeu a luz; nos chamou como um pai chama seus filhos; nos salvou quando estávamos morrendo... Que louvor Lhe rendemos? Ou o que foi pago de recompensa pelas coisas que temos recebido, já que éramos cegos em nosso entendimento; rendíamos culto a paus e pedras, a ouro, prata e bronze, obras humanas; e toda a nossa vida não era outra coisa que a própria morte?Assim, pois, quando estávamos envolvidos nas trevas e oprimidos em nossa visão por esse espesso nevoeiro, recobramos a vista e pusemos de lado, por Sua vontade, a nuvem que nos encobria. Ele teve misericórdia de nós! Em sua compaixão nos salvou, pois nos vira mergulhados no erro e na perdição, quando não tínhamos esperança de salvação, exceto a que vinha d'Ele! Ele nos chamou quando ainda não éramos; e do nosso não ser, quis Ele que fôssemos.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Oração de Abandono (Charles de Foucauld)


Meu Pai, eu me abandono em Ti. Faz de mim o que quiseres Por tudo o que fizeres de mim. Eu Te agradeço. Estou disposto a tudo, aceito tudo. Contando que a Tua vontade seja feita em mim, em todas as criaturas. Nada mais desejo, meu Deus ponho a minha alma nas Tuas mãos, entrego-a a Ti, meu Deus, com todo o amor de meu coração porque te amo E é, para mim, uma necessidade de amor dar-me e entregar-me nas Tuas mãos sem medida, com infinita confiança porque Tu és meu pai. Amén.

quinta-feira, 24 de março de 2011

«Uma lâmpada para os meus passos é a tua palavra,


Fonte: Ecclesia

Pergunta 63 a Talássio

A lâmpada no lampadário é nosso Senhor Jesus Cristo, a verdadeira luz do Pai "que ilumina todo o homem que vem a este mundo" (Jo 1,9). Dito de outra forma, é a Sabedoria e a Palavra do Pai; tendo aceitado a nossa carne, tornou-se realmente e foi chamado a "luz" do mundo. É celebrado e exaltado na Igreja pela nossa fé e pela nossa piedade. Torna-se assim visível a todas as nações e brilha para "todos os da casa", isto é, para o mundo inteiro, tal como é dito nas suas palavras: "Não se acende uma candeia para a pôr debaixo de um vaso mas no candelabro onde brilhe para todos os da casa" (Mt 5,15).

Como se vê, Cristo designa-se a si mesmo como lâmpada. Sendo Deus por natureza, tornou-se carne no plano da salvação, uma luz escondida na carne, tal como debaixo de um vaso... Era nisto que David pensava quando dizia: "Uma lâmpada para os meus passos é a tua palavra, uma luz no meu caminho" (Sl 118,105). Porque faz desaparecer as trevas da ignorância e do mal entre os homens, o meu Salvador e Deus é chamado lâmpada na Sagrada Escritura. Porque é o único a poder aniquilar as trevas da ignorância e a dissipar a escuridão do pecado, tornou-se para todos caminho de salvação.

Conduz junto do Pai aqueles que, pelo conhecimento e pela virtude, avançam com ele pelo caminho dos mandamentos, considerado caminho da justiça.

O lampadário é a Santa Igreja porque o Verbo de Deus brilha por causa da sua pregação. É deste modo que os raios da sua verdade podem iluminar o mundo inteiro... Mas com uma condição: não a esconder sob a letra da lei. Todo aquele que fica preso apenas à letra da Escritura vive segundo a carne: põe a lâmpada debaixo do vaso. Pelo contrário, colocada no lampadário, a Igreja ilumina todos os homens

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PORQUE DISTORCEMOS TANTO A MENSAGEM DE JESUS?


Algo para nos ajudar a pensar:
“Os cristãos em grande número vieram para cá com o verdadeiro Deus. Mas isso significou o começo de nossa miséria... o inicio de nosso sofrimento... Este verdadeiro Deus que veio do céu fala só de pecado e sua doutrina é só pecado.” (Chilam Balam de Chumayel – O Profeta maia do Século XVI)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Admoestações de S. Francisco de Assis


CAPÍTULO 27. DAS VIRTUDES QUE AFUGENTAM OS VÍCIOS


1 Aonde há caridade e sabedoria, não há medo nem ignorância.
2 Onde há paciência e humildade, não há ira nem perturbação.
3 Onde à pobreza se une a alegria, não há cobiça nem avareza.
4 Onde há paz e meditação, não há nervosismo nem dissipação.
5 Onde o temor de Deus está guardando a casa (cf. Lc 11,21), o inimigo não encontra porta para entrar.
6 Onde há misericórdia e prudência, não há prodigalidade nem dureza de coração.